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9 Incríveis Benefícios do Zinco Para a Saúde e Diferentes Tipos

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Originalmente postado em fevereiro de 2021 / Atualizado em março de 2023

‌‌‌‌O Que é o Zinco?

zinco é um micromineral essencial encontrado em todas as células do corpo humano. Ele atua primariamente como um componente em mais de 200 enzimas. As enzimas utilizam o zinco para formar vários compostos importantes e componentes estruturais necessários para as funções do corpo humano. O zinco atua em mais reações enzimáticas do que qualquer outro mineral. 

A maioria das enzimas é composta por uma proteína, um mineral essencial e, possivelmente, uma vitamina. Quando não contém o mineral essencial ou a vitamina, a enzima não consegue funcionar adequadamente. Quando os níveis de zinco estão baixos, praticamente todos os sistemas do corpo são afetados, pois ele tem uma função central em muitas enzimas. Além de seu papel na composição de enzimas, o zinco é necessário para que vários hormônios funcionem de maneira adequada, incluindo insulina, hormônio do crescimento e hormônios sexuais como testosterona e estrogênio. 

Níveis adequados de zinco são essenciais para uma boa saúde. Os efeitos benéficos do zinco são amplos. Ele é especialmente importante em áreas como funcionamento imunológico adequado, cicatrização, funções cerebral e sensorial, função sexual e saúde da pele.

Embora as deficiências severas de zinco sejam bem raras nos países desenvolvidos, acredita-se que muitas pessoas em todo o planeta tenham uma leve deficiência de zinco, sobretudo crianças pequenas e idosos. A deficiência de zinco pode ser causada pelo consumo reduzido e/ou pelo aumento em seu uso. Levantamentos indicam que, em média, as pessoas consomem quantidades entre 47% e 67% da ingestão diária recomendada (IDR) de zinco. Identificar uma deficiência leve de zinco é algo complexo,1  mas ela pode apresentar alguns sinais, como uma maior suscetibilidade à depressão, infecções, redução do olfato ou do paladar e alguns problemas pequenos de pele, incluindo acne e dificuldades na cicatrização. Outras características físicas que se correlacionam frequentemente ao baixo teor de zinco são a redução da capacidade de enxergar à noite ou em locais pouco iluminados, dificuldades de crescimento e desenvolvimento em crianças, atrofia testicular, úlceras na boca, língua com revestimento branco e halitose acentuada (mau hálito).

‌‌‌‌Pessoas em Quais Situações São Predispostas à Deficiência de Zinco?

Consumo reduzido:

  • Inflamações e infecções agudas
  • Cirrose alcoólica
  • Alcoolismo
  • Anorexia nervosa
  • Queimaduras
  • Síndrome pós-traumática
  • Deficiência de proteínas
  • Dieta vegetariana
  • Inanição

Absorção reduzida:

  • Alcoolismo
  • Doença celíaca
  • Perda crônica de sangue
  • Diabetes mellitus
  • Diarreia
  • Alimentação rica em fibras
  • Alta proporção alimentar de cálcio para zinco
  • Alta proporção alimentar de ferro para zinco
  • Doença inflamatória intestinal
  • Ressecção intestinal
  • Doenças do fígado
  • Insuficiência pancreática

Aumento da necessidade:

  • Velhice
  • Gravidez e amamentação
  • Uso de contraceptivos orais
  • Estirões de crescimento e puberdade

Benefícios do Zinco Para a Saúde

zinco tem um grande papel na saúde em geral. Sua importância não pode ser subestimada. O suporte científico para a suplementação com zinco é extremamente bem documentado na literatura médica. Existem mais de 1000 estudos duplo-cegos controlados por placebo onde a suplementação com zinco é benéfica em diversas situações e restaura a saúde. 

1. Acne e Outros Problemas de Pele

zinco é um suplemento muito importante a se considerar para obter suporte para a estrutura e a saúde da pele, cabelo e unhas. Estudos mostram que a suplementação de zinco traz benefícios consideráveis para a resolução de problemas nessas áreas. Ele fortalece as unhas e é essencial para a textura e o crescimento dos cabelos. Além disso, é necessário para que a pele retenha níveis adequados de hidratação (água) e oleosidade.

A suplementação de zinco é particularmente útil quando a pele está acometida pela acne, pois exerce efeitos benéficos tanto na produção de sebo como no metabolismo hormonal. Níveis baixos de zinco são encontrados com maior frequência em adolescentes e isso pode ser um fator de risco e predisposição para a acne. Vários estudos duplo-cegos demonstraram que a suplementação de zinco gera resultados semelhantes ao antibiótico tetraciclina em acne superficial e resultados superiores em acne mais profunda.2,3 Embora alguns participantes desses estudos tenham apresentado uma grande melhora instantaneamente, a maioria precisou de doze semanas de suplementação antes de obter bons resultados. Portanto, tenha paciência.

O zinco também demonstrou trazer benefícios à cicatrização. Tal efeito é muito importante em pessoas diabéticas, pois elas apresentam um risco maior de dificuldades na cicatrização e de infecções subsequentes. O mesmo vale para pessoas com tendência a furúnculos e foliculite. 

A importância do zinco para a cicatrização foi claramente demonstrada em um estudo duplo-cego feito com 60 pacientes com úlceras do pé diabético de grau 3.4 Os pacientes que tomaram 50 mg de sulfato de zinco por dia apresentaram uma melhora significativa na cicatrização de úlceras após doze semanas, bem como uma melhora no controle da glicemia, na capacidade antioxidante total no sangue, nos níveis de glutationa no sangue e redução nos marcadores inflamatórios. Todas essas melhoras foram o resultado aparente da restauração de níveis adequados de zinco no corpo.

2. Saúde Cerebral, Qualidade do Sono e Humor

A deficiência de zinco produz alterações profundas na química cerebral, resultando em depressão e prejuízos no funcionamento mental em humanos. A deficiência de zinco é uma das deficiências nutricionais mais comuns em idosos. Já foi sugerido que isso pode ser um fator importante no desenvolvimento de mau funcionamento mental e da memória, além do humor ruim nesses grupos etários. Não surpreende o fato de que estudos clínicos com suplementação de zinco tenham mostrado efeitos benéficos na melhora do humor e de alguns aspectos da função mental em crianças e idosos.5

A deficiência de zinco também é bastante comum em algumas partes do mundo, como o Oriente Médio. Em um estudo no Irã, o consumo alimentar de zinco era significativamente mais baixo em pessoas com sintomas depressivos moderados a severos do que em pessoas com sintomas depressivos mínimos ou inexistentes.6

Outro grupo no qual a deficiência de zinco pode ser um fator subjacente para a queda no humor e na função cerebral são as pessoas com sobrepeso ou com baixo controle da glicemia. Em um estudo, 50 participantes com sobrepeso foram divididos aleatoriamente em dois grupos, recebendo 30 mg diários de monometionina de zinco ou de um placebo por doze semanas. A suplementação de zinco resultou em aumento nas pontuações de humor, bem como em um marcador biológico de produção de novas células cerebrais, em comparação ao grupo que consumiu o placebo.7

Alguns dos benefícios do zinco na melhora do humor podem resultar da melhora na qualidade do sono. Em um ensaio clínico duplo-cego, 54 enfermeiros de unidades de terapia intensiva (UTI) que tomaram 50 mg de sulfato de zinco a cada três dias, durante um mês, sentiram uma melhora significativa na qualidade do sono. Tais melhoras corresponderam ao aumento do teor de zinco no sangue.8 

3. Resfriados

O zinco está envolvido em praticamente todos os aspectos da função imunológica. De fato, o zinco também é conhecido como o “porteiro” da função imunológica.9 Estudos mostram que a suplementação de zinco é capaz de reverter uma função imunológica baixa, sobretudo a imunidade reduzida característica do envelhecimento.10,11 Esse efeito pode se dever à restauração dos níveis sanguíneos de timulina (um hormônio produzido pela glândula timo). À medida que envelhecemos, caem os níveis de timulina e outros hormônios do timo que aumentam a imunidade. A redução desses hormônios prejudica o funcionamento imune e aumenta o risco de infecções. Ao restaurar os níveis de timulina, a suplementação de zinco pode reforçar significativamente o funcionamento imunológico. Outro efeito da suplementação de zinco que se percebeu em estudos com idosos é a melhora do status nutricional geral. Tal efeito sinaliza a importância do zinco para o uso e a absorção adequados de outros nutrientes.

zinco também possui certa atividade antiviral direta, incluindo atividade contra diversos vírus que podem causar resfriados.12 O uso de suplementos de zinco, particularmente na forma de pastilhas, parece ser muito útil durante um resfriado. Embora alguns estudos tenham apresentado ótimos resultados, outros não tiveram.13 Acredita-se que essa inconsistência se deva às fórmulas ineficazes nas pastilhas dos estudos negativos. Para ter eficácia, o zinco precisa estar livre (ionizado) na saliva. O ácido cítrico parece reduzir sua eficácia. Portanto, certifique-se de consumir pastilhas de zinco sem ácido cítrico. Isso também é importante ao utilizar pastilhas contendo zinco para aliviar inflamações de garganta ou resfriados. Não consuma frutas cítricas ou seus sucos 30 minutos antes e depois de dissolver a pastilha, uma vez que o ácido cítrico cancelará o efeito do zinco.

4. Diabetes e controle da glicemia

zinco está envolvido em praticamente todos os aspectos do metabolismo da insulina: síntese, secreção e utilização. Infelizmente, a deficiência de zinco é comum em pacientes com diabetes.14 Sem zinco suficiente, a insulina não funciona de maneira adequada. A suplementação de zinco e de quase todas as demais vitaminas hidrossolúveis e minerais é essencial, pois diabéticos costumam eliminar muito zinco e outros nutrientes hidrossolúveis pela urina. Diversos estudos mostram que a suplementação de zinco aumenta a sensibilidade à insulina em pessoas pré-diabéticas ou diabéticas.15 Conforme mencionado acima, o zinco também é importante para a cicatrização adequada e funcionamento imune, aspectos importantes na diabetes.

4. Função Sexual Masculina

O zinco é essencial para a função sexual do homem. Ele está envolvido no metabolismo hormonal e na formação e motilidade dos espermatozoides. Entre várias outras coisas, a deficiência de zinco se caracteriza pela queda nos níveis de testosterona e na contagem de espermatozoides. Os níveis de zinco costumam ser bem menores em homens inférteis, com baixas contagens de espermatozoides, indicando que um teor baixo de zinco pode contribuir para a infertilidade. Vários estudos duplos-cegos mostram que a suplementação de zinco pode aumentar a contagem e a motilidade dos espermatozoides. O zinco é especialmente eficaz no aumento de contagens de espermatozoides em homens com baixos níveis de testosterona.16

6. Degeneração Macular

Estudos mostram que o zinco é benéfico na redução da perda de visão no tratamento da degeneração macular relacionada à idade (DMRI). O zinco tem um papel essencial no metabolismo da retina e os idosos apresentam alto risco de deficiência de zinco.17 Além dos estudos feitos com uma combinação de nutrientes, foi demonstrado que o zinco sozinho também melhora a DMRI. De fato, foram os impressionantes resultados com a suplementação de zinco que levaram aos famosos Estudos das Doenças Oculares Relacionadas à Idade, realizados pelo National Institutes of Health (NIH) dos EUA.

‌‌‌7. Gestação

Níveis baixos de zinco estão associados a partos prematuros, baixo peso ao nascer, atraso do crescimento e pré-eclâmpsia - uma perigosa complicação da gravidez, marcada por elevação da pressão arterial, retenção de líquidos e perda de proteína pela urina. Alguns estudos sobre a suplementação de zinco na gestação mostraram que, em comparação ao grupo que consumiu um placebo, as mulheres que tomaram suplemento de zinco tiveram bebês com peso corporal e circunferência da cabeça maiores, além de menos complicações na gravidez.18

8. Tensão Pré-menstrual

A tensão pré-menstrual (TPM), também conhecida como síndrome pré-menstrual, é algo comum para muitas mulheres durante seus anos reprodutivos. A nutrição parece ser um fator subjacente. Para muitas mulheres, o zinco pode ser o principal nutriente para promover o equilíbrio, já que vários estudos clínicos mostraram benefícios. Por exemplo, em um ensaio duplo-cego com 60 jovens universitárias com síndrome pré-menstrual, aquelas que tomaram 30 mg de zinco por dia sentiram melhoras significativas na qualidade de vida, sobretudo em relação aos aspectos físicos (nível de energia, qualidade do sono, sensibilidade nas mamas, entre outros) e psicológicos (como o humor).19,20

9. Artrite reumatoide

O zinco tem efeitos antioxidantes, além de atuar na enzima antioxidante superóxido dismutase (SOD com cobre e zinco). Normalmente, pessoas com artrite reumatoide e outras condições inflamatórias têm níveis reduzidos de zinco. Vários estudos utilizaram a suplementação para restaurar os níveis adequados de zinco em pessoas com artrite reumatoide. Alguns desses estudos demonstraram melhoras correspondentes nas funções relacionadas ao zinco.21 A maioria dos estudos utilizou o zinco na forma de sulfato de zinco. Melhores resultados poderiam ter sido obtidos com o uso de uma forma mais absorvível de zinco.

9 Tipos Diferentes de Zinco

Há diversas formas de zinco à disposição. Embora vários estudos clínicos tenham utilizado o sulfato de zinco, ele não é tão bem absorvido como outras formas, incluindo picolinato, acetato, citrato, bisglicinato, óxido e monometionina de zinco, que são excelentes formas. Dados corroboram que todas essas formas são muito bem absorvidas e capazes de trazer benefícios. Grande parte das pastilhas de zinco é feita com gluconato de zinco, que parece ser uma forma eficaz para essa aplicação.

  1. O acetato de zinco (o zinco ligado ao ácido acético) pode não ser tão efetivo em pastilhas orais para reduzir sintomas relacionados a gripes comuns.22 A absorção do acetato de zinco é similar à do citrato ou gluconato.
  2. Bisglicinato de zinco – a absorção do zinco associado ao bisglicinato é similar à do sulfato de zinco, mas a forma de glicinato pode ser melhor utilizada.23
  3. Citrato de zinco – essa forma de zinco é absorvida de maneira similar ao gluconato de zinco.24
  4. Gluconato de zinco - já foi demonstrado que essa é a forma de zinco mais eficiente em pastilhas para reduzir a duração e severidade dos sintomas associados a gripes comuns. 13 Em cápsulas e comprimidos, a absorção do citrato de zinco é similar à do sulfato de zinco.
  5. Monometionina de zinco, ou complexo metionina-sulfato – Em estudos com animais, foi demonstrado que o zinco ligado à metionina foi melhor absorvido do que o sulfato de zinco.25
  6. Orotato de zinco – a absorção do orotato de zinco é similar à do sulfato de zinco, mas a absorção oral do orotato de zinco ocorre durante um longo período.
  7. Óxido de zinco – Essa forma de zinco é absorvida em níveis mais baixos do que outras formas quando usado como supemento oral. O óxido de zinco costuma ser usado em protetores solares e em preparações tópicas para assaduras de fraldas.
  8. Picolinato de zinco – O ácido picolínico é um composto secretado pelo pâncreas para especificamente se ligar ao zinco e ajudar a transportá-lo através da barreira intestinal. Estudos de absorção mostram que o picolinato de zinco é melhor absorvido do que o citrato ou gluconato de zinco. Costuma ser considerado a melhor forma ao lidar com deficiência severa de zinco.
  9. Sulfato de zinco – enquanto diversos estudos clínicos utilizam o sulfato de zinco, essa forma não é bem absorvida como outras formas de zinco, especialmente o picolinato ou monometionina.

‌‌‌‌Qual é a Dose Usual de Zinco?

Para adultos, a faixa de dosagem de suplementação de zinco para dar suporte à saúde em geral e durante a gravidez ou a amamentação vai de 15 a 20 mg. Para crianças, a dosagem vai de 5 a 10 mg. Quando se utiliza a suplementação de zinco para tratar problemas específicos de saúde, a faixa de dosagem vai de 30 a 45 mg para homens e de 20 a 30 mg para mulheres. Não é necessário consumir doses maiores do que essa.

Quando estiver com resfriado, utilize pastilhas que forneçam de 15 a 25 mg de zinco elementar e dissolva-os na boca a cada duas horas em que estiver acordado. Na primeira dose, tome o dobro. Use as pastilhas por até sete dias. Evite consumir mais de 150 mg de zinco por dia, por mais de uma semana, pois altas dosagens podem prejudicar a função imunológica.

‌‌‌‌Quais São os Possíveis Efeitos Colaterais da Suplementação de Zinco?

Se consumido com o estômago vazio (principalmente se for sulfato de zinco), a suplementação de zinco poderá causar desconforto gastrointestinal e náusea. O consumo prolongado e superior a 150 mg por dia pode levar à anemia, reduzir os níveis de colesterol HDL e enfraquecer a função imunológica.

‌‌‌‌O Zinco Tem Alguma Interação Medicamentosa?

O zinco pode diminuir a absorção de tetraciclina e ciprofloxacino. Não tome suplementos de zinco e esses antibióticos com um intervalo inferior a 2 horas.

O uso dos seguintes medicamentos faz o corpo perder mais zinco ou interfere em sua absorção: aspirina, azidotimidina (AZT), captopril, enalapril, estrogênios (contraceptivos orais e Premarin®), penicilamina e diuréticos tiazídicos. A suplementação pode ser necessária para que as pessoas que tomam esses medicamentos mantenham seus níveis de zinco.

Referências:

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